ST 08 - O uso do Patrimônio Cultural no Ensino de História: a sala de aula e os lugares não formais de aprendizagem
Prof. Dr. Almir Félix (UFRN)
O uso do patrimônio cultural (tanto na sua materialidade, quanto na sua imaterialidade) deve ser algo componente do programa apresentado pelo professor aos alunos, independente da sua utilização em lugares formais ou não-formais, nesse sentido essa atividade não deve ser pensada (qualquer que seja o patrimônio utilizado: uma ida ao museu, a um monumento histórico, assistir à apresentação de uma manifestação cultural etc.) como um substituto do momento em sala de aula. O uso do patrimônio cultural também não deve servir somente para ilustrar os conteúdos apresentados nas aulas das diversas disciplinas ou mesmo fora delas, em sendo assim, a utilização do patrimônio cultural em sala de aula ou nos chamados lugares de memória, deve ter objetivo(s) claro(s), é preciso definir esses objetivo(s) sempre e nunca esquecer da sua importância. Na busca da efetivação do uso do patrimônio cultural na relação ensino-aprendizagem é necessário um planejamento que leve em consideração o antes, o durante e o depois desse uso, é preciso estar atento para as etapas citadas anteriormente: a) O antes envolve tarefas de: pesquisa, exploração, reconhecimento e apropriação; b) O durante envolve tarefas de: exploração, reconhecimento e apropriação; e, c) O depois envolve tarefas de: apropriação, releituras e reflexão. É recomendável e muito mais prático se iniciar o trabalho com o patrimônio existente na Escola e no entorno desta (nomes de ruas, nomes de praças, estatuária pertencente a praças, ou a própria escola, as casas mais antigas do bairro etc.). Essa prática pode tornar o ensino mais significativo para o aluno, principalmente por lidar com aquilo que faz parte do cotidiano delas. O presente simpósio temático tem por objetivo discutir o Patrimônio Cultural na contemporaneidade, tanto na sua concepção material (tangível) quanto imaterial (intangível), procurando agregar “trabalhos que reflitam sobre a constituição de discursos em contextos educativos formais, informais e não-formais, bem como, a preocupação com os conhecimentos que são acionados a partir desse debate”, assim como um campo de pesquisa existente já há algum tempo no Brasil, principalmente a partir das últimas duas décadas do século passado e das duas primeiras décadas deste século, constituindo como marcas do passado no presente e capazes de orientar identidades para o futuro e sua utilização no Ensino de/da História a partir, seja da Educação Patrimonial (Teoria + Metodologia) como um importante aliado, seja dos não tão novos Estudos de Meio, seja através de práticas mais recentes como a do Turismo Pedagógico/Educacional, levando-se em consideração “as questões epistemológicas que a relação entre Patrimônio cultural e os processos educativos suscitam conjuntamente”, procurando a conformação de um significativo Ensino de História. Nessa perspectiva os ganhos que se pode ter do uso do Patrimônio Cultural na relação ensino-aprendizagem, seja em lugares formais, informais ou não-formais podem ir desde a facilidade de adequação da utilização do mesmo em relação as diversas faixas etárias e aos níveis de aprendizagem/complexidade, passando pelo aumento do caráter lúdico da aula (alunos do Ensino Fundamental I) e da praticidade/aplicabilidade do conteúdo (alunos do Ensino Fundamental II e Ensino Médio), pela demonstração da importância do Patrimônio Cultural para uma determinada comunidade e isso pode despertar desde cedo nos alunos uma vontade de preservação desse patrimônio, bem como, a partir da utilização do Patrimônio Cultural pode-se obter uma desmistificação sobre a história e sobre o passado garantindo a valorização de todos e não somente a determinados personagens, demonstrando que o Patrimônio Cultural, como marcas do passado existentes no presente se configuram como importantes documentos históricos e devem ser explorados nesse sentido.
CRONOGRAMA DE APRESENTAÇÕES DE TRABALHO
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Dia 05/10 (Terça-feira)
(14h) O aprendizado da História através do uso do Patrimônio Cultural
Almir Félix Batista de Oliveira
(14h30min) Rolé na Penha: Ensino de História através das referências culturais do bairro
Ana Gabriela Saba
(15h) Patrimônio cultural e ensino de história: algumas reflexões sobre os municípios do vale do Jaguaribe no Ceará
André Aguiar Nogueira
(15h30min) Museus e ensino de história: uma comparação entre ações didáticas em museus no Brasil e na Argentina
Jaqueline Ap. Martins Zarbato
(16h) O Google Street View como ferramenta para abordar o patrimônio na sala de aula de história
Esdras Carlos
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Dia 06/10 (Quarta-feira)
(14h) Cantigas de roda e memória coletiva nas aulas de história no Ensino fundamental II
Vinicius Ferreira Gomes
(14h30min) Educar pela Cidade: a Educação Patrimonial como metodologia para o ensino de História
José Carvalho Lima Júnior
(15h) A Feira de São Bento: inventários participativos e saberes reversos por uma educação patrimonial decolonial
Sabrina Barros Nepomuceno
(15h30min) Da memória para a história: monumentos estatuários e bustos Como fontes para problematização dos conteúdos nas aulas de história
Liesly Oliveira Barbosa
(16h) Será o Benedito! A educação patrimonial decolonial no ensino de história
Lucas William de Araújo Borges
(16h30min) Uso das redes sociais como espaço de educação patrimonial
Luciano Fábio Dantas Capistrano
(17h) O ensino de história e lugares de memória: a Educação Patrimonial na formação cidadã em Mossoró/RN
Marcos Daniel Rosa de Freitas, Leonardo Cândido Rolim
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Dia 07/10 (Quinta-feira)
(14h) Histórias e culturas em nossos quintais: possibilidades de usos no Ensino de História do Sítio Arqueológico Pacoval em Macapá, Amapá/Brasil
Eliana da Silva Ribeiro
(14h30min) Patrimônio cultural gaúcho em disputa: o Festival da Barranca (São Borja/RS) e as relações de poder
Natali Braga Spohr
(15h) Um enredo entre o patrimônio cultural e o ensino de história: guia de uma oficina didática virtual sobre a Rua da Areia em João Pessoa, PB
Natália Vieira Carneiro
(15h30min) Descobrindo sambaquis: uma formação continuada em Educação Patrimonial para a valorização do passado pré-colonial
Pedro Carlos de Oliveira Alves
(16h) Educação patrimonial através do Turismo em Caicó/RN
José da Paz Dantas
(16h30min) O Parque Ecológico Mata da Bica: as possibilidades de abordagens educacionais na integração socioambiental do patrimônio natural de Formosa-GO
Tiago de Oliveira Ferreira